Delírio
Não pensa que, se a lira eu refreasse,
Cessaria essa ânsia de encantar-te.
Sequer a acrimônia desse impasse
É capaz de conter a minha arte.
Devaneio reprimido no meu peito,
Em tantas utopias se perdeu.
Não sei enfim se teria o vil direito
De cismar num delírio que é só meu...
Minha poesia independe do que és,
Pois ao ver-te através d’um outro olhar
- Fantasias lançadas aos teus pés -
Transcendo o meu querer e o meu sonhar.