SÚBITA EXIGÊNCIA
Olhando-te como uma amante,
Resgato o que quero ver,
E suplico por uma experiência que possas dar,
Em campos que ainda irão florescer.
Que o mesmo efeito que causas em mim,
Meu céu nublado possa te oferecer,
Mesmo não sabendo quando será,
A noite que fulguras a lua em você.
E nessas vontades entorpecentes,
Ver que és tão inocente,
Em sua maneira enigmática,
Transmutando o que eu sou,
Naquilo que nego tanto a ser.
Em face do exposto,
Anseio que penses enquanto dormes!
Do jeito que eu venho a recordar-te,
Com as minhas desvairanças.
Nisso, vem a súbita exigência,
De querer ver em seus olhos,
Aquilo que não quero enxergar.
E viver inteiramente emergido em teus beijos,
Enquanto, uma por uma, as palavras se calam.
Assim sendo-te,
Os versos de uma estrutura minha,
Num poema que te peço,
Que venha com o brilho seu,
Não esvaecendo-se neste nosso universo.
Ah, tu alma que está sórdida!
Do qual não posso imaginar-la.
Tens tecido teias ao teu redor,
E na vigilância, te esqueces.
É por que não pretendo deixar-te ir embora,
Prendendo-te até o fim do amanhecer.
Deslizando os meus dedos sobre seus lábios,
Entrelaçar-me dá fluidez à tua incomensurável aura.
Data: 21/08/2022.
Poema n.2.915/ n.60 de 2022.