Medo
"só menção do amor dá medo"
Li algo que dizia
"Nós roubamos tanto de nos mesmos pra nos curarmos mais depressa, que vamos a falência aos 30 anos. E temos menos a oferecer a cada novo relacionamento.
Mas se obrigar a não sentir nada, a nunca sentir nada, é um desperdício… "
E isso me pegou desprevenido. Logo eu, que tão cheio de artimanhas para não cair nos gatilhos que crio, fui pego de surpresa; 'se obrigar a não sentir nada é um desperdício'.
Confesso que há conforto, a solitude é uma colcha de vó em dias frios, é meia velha que cobre até acima dos joelhos quando chove, aquece todo o corpo, a solitude é o carinho de mãe em dias tristes, é paz para quem procura, mas até quando?
Tenho medo de quando fico inerte, com olhos fixados em nada, absolutamente nada, perdido, divagando...
Só a ideia de amar novamente, de doer novamente, dá medo.
Paschoal, George