AMOR, DESEJO, BELEZA REPLETA DE EXATIDÃO

Tua curva erradia e infinita

Dobrei em milissegundos

Conquistados teus mundos

Considerei-te rica e bendita

Beleza repleta de exatidão

Desvairada empreitada

De tua faustosa estada

Restou farta desolação

Achava-me em segurança

Bem distante de sua boca

Mas para esta rima louca

Não haveria uma esperança

Levado por um turbilhão

Movido por total luxúria

Despejei lasciva fúria

Verti carinho e devassidão...

Tomei relincho por belo canto

Montei charrete achando-a carro

O puro jade tornou-se barro

Foi-se quebrando o encanto...

...de teus olhos sobrou mistério

Das ancas boas lembranças

No íntimo, desconfianças

Que teu amor um dia foi sério

Causado todo o resultado

Deste descontrolado desejo

Organizado foi o cortejo

Da pobre alma deste coitado

Que por amor cego arribou

Às costas de um precipício

Ponto alto do comício

A que esta desventura levou

Quem puder que provoque

O furor cego de uma atração

Mas guarde uma boa oração

Pr’a que a razão o reconvoque

Pois quem se veste de brasa

Tem a carcaça carcomida

Perde o sutil controle da lida

Do fogo que a paixão arrasa

Gê Muniz
Enviado por Gê Muniz em 29/11/2007
Reeditado em 20/12/2007
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