CANTO DE AMOR nº XV

Lilian Maial

 

 

Dizer teu nome é evocar calafrios e galopes no peito!

Ó, filho abençoado!

Criatura nascida de campos floridos,

Onde pequenos esquilos e coelhos se escondem na folhagem!

O que me cerca de mimos e iguarias,

O que me chama para o leito de relva e almíscar,

Para que a noite seja suave e perfumada,

Como seus cabelos de sândalo!

Ó, amado! O que tem mais de apascentar os rebanhos dos meus anseios,

De agitar o mar do meu ventre!

Aquele dos braços de ciprestes, pernas de cedro do Líbano,

Rosto formoso, qual macieira num bosque harmonioso num dia de sol!

Deita-me em tua sombra!

Dá-me de provar teu fruto!

Eu, tua prometida dentre todas as filhas do amor!

A das palavras aladas, a que recebeu a visitação divina,

A que vislumbrou a perdição e o Parnaso em teus olhos!

Vem, amado, e dorme em meu colo, que adormeço a teu lado, mesmo que meu coração não repouse!

É que nenhum som ouse perturbar-te!

Nem o vento, nem o simples cair das folhas dos galhos!

Silêncio!

Silêncio, que meu amor dorme em paz!

 

 

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