A NOITE DO POETA 25 💠
Não há noite suficiente
Para encobrir a alma do poeta
Haja eclipses e cadências
No beiral da estrela morta
No juízo e sapiência
Não há escuridão tão densa
Capaz de cegar seu dilema
De dor transcrita brilhantemente em poema
Palavra que o exorta
O lixo da alma entulhando o quarto
A ratazana que rói à caça dum gato
A frieza que destrói e a fome refletida num prato
Vazio, mas menos cheio que sua mente em devaneios
A cortina na sala se fecha ao fim do espetáculo
Todos os poemas não nascidos e hibernados
Toda solidão e enfado dos dias terminados
Não anoitecerão na alma do poeta
Não haverá noite tão longa que seja capaz de impedir o nascer da poesia
Não haverá noite
a não ser que eu poeta, adormeça.
12/07/2022
04:36hrs