Outono
Novos ares que na minha pele tocam,
Enquanto folhas esvaem-se ao chão.
Novos desejos meu íntimo focam,
Para aquecer meu coração.
Lá fora o vento suave percorre.
Eu o sinto pela fresta da janela.
Aos braços do amor ele me move,
Quebrando protocolo, desfazendo chancela.
Pode ser um amor forasteiro,
Ou o que estava ali e não notado.
Que me faça vibrar por inteiro,
Que não me deixes desamparado.
Que carregue sempre o brilho no olhar.
Que segure minhas mãos a todo momento.
Que transmita segurança e ternura no falar.
Que frequente os lugares que frequento.
Gosto de estar no sofá coladinho,
Ou na cama de conchinha.
Sigo nas alamedas dos carinhos.
Não irei deixar-te sozinha.
Aguardarei pelo seu tempo,
Não te deixarei pelo caminho.
Vou te surpreender feito o vento,
Serás o centro do meu redemoinho.
Independente do frio lá fora,
Em meus braços encontrará calor.
Venha... Venha tirar a prova,
Pois estou transbordante de amor.
#GafanhotoNegro
Abaixo Jacó Filho me(nos) presenteia com sua fabulosa (Reedição) de Em Mais Um Outono!
EM MAIS UM OUTONO
Emblemáticas lembranças trazem folhas,
Moldadas nas plantas e integradas a terra.
Movem-nas um vento, de força tão terna,
A exemplo do amor, que é nossa escolha.
Imutáveis rumos forçaram-nos um vento,
Soprado em mais um outono que chegou.
Ultimato da vida, que vem contra o amor,
Mantém-nos dispersos, tristes, desatentos.
Olhem vossa idade, com mais sabedoria.
Unam-se contra o tempo que tudo muda.
Trabalhem o amor, que da dor transmuta.
O modo sofrido, que se vai nossa alegria,
Não deve ser motivo, pra teimosia surda.
O amor nos mantém com forças absurdas.
Jacó Filho, lê-lo é sempre uma viagem poética! Muito obrigado por suas interações primorosas. Forte abraço.