Para: o amor
De: nós
Para: o amor
Prometi que te esperaria chegar, mas não houveram sinais que você voltaria; e eu esperei, um longo e tedioso tempo. Até que fui a tua procura... E você não estava em lugar nenhum, procurei em todos os cantinhos, arrastei os cômodos, subi colinas, gritei do alto de montanhas sinuosas e só o eco me respondeu. Fiquei cansado, decepcionado, ansioso, e mesmo assim você não veio.
Prometeste que viria, que me acalentaria nas noites frias, que nos dias nublados seria minha companhia e meu coração de menino acreditou nas tuas palavras que já deduzo serem mentiras. Então me fiz companhia, estive tão só que foi preciso me bastar.
Quando percebi que não chegaria, que eu não te acharia, fiquei desesperançoso, houveram duvidas, havia tanta solidão cá dentro que os olhos já não fingiam tão bem.
Foi quando te percebi em mim. Uma fresta tão pequena quanto uma falha na cortina da janela que tenta impedir a entrada do sol, lá estava você, inigualavelmente lindo, sorridente e acolhedor.
Enfim te encontrei e foi preciso desistir de te procurar em outros portos, quando desisti de me encontrar em outros corpos e me amei.
Obrigado por me encontrar.
Paschoal, George