Revolução do mero cravo

Queria ter elogiado teu vestido

Mas tive receio de ofender-te

Não sei por qual razão

As palavras em minha língua se embolam

Queria ter forças para me desculpar

Mas por alguma razão só sei versar

Sinto-me distante daqueles ciclos

Mas contente com todos os risos

Queria chorar a céu aberto

Pois encontro-me novamente sem sua companhia

Junto com aquele documento de guerra

Lutarei por nossa bandeira, esperando voltar aos seus braços

Tenho medo dessa rajada machucar

Mas não será tão doloroso quanto a proibição de te amar

Espero fazer-te feliz com essa rosa

Pois ela é a última coisa que tenho

Quem sabe eu deixe essas bagagens aqui

E compre lá mesmo roupas novas

Pois já não se dá para comprar sabão para tanta roupa suja

E reconte todas essas milhas de meu carro

Chegou a hora de partir

Pois não se consomem mais esse tal amor

Feito banha na geladeira...

Ele mofa naquela gavetinha

Quem sabe nesta manhã ela leia minha carta

E seja sincera em sua resposta

Pois mesmo que machuque

Eu estarei livre desta incerteza...

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 07/08/2022
Código do texto: T7577215
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