Revolução do mero cravo
Queria ter elogiado teu vestido
Mas tive receio de ofender-te
Não sei por qual razão
As palavras em minha língua se embolam
Queria ter forças para me desculpar
Mas por alguma razão só sei versar
Sinto-me distante daqueles ciclos
Mas contente com todos os risos
Queria chorar a céu aberto
Pois encontro-me novamente sem sua companhia
Junto com aquele documento de guerra
Lutarei por nossa bandeira, esperando voltar aos seus braços
Tenho medo dessa rajada machucar
Mas não será tão doloroso quanto a proibição de te amar
Espero fazer-te feliz com essa rosa
Pois ela é a última coisa que tenho
Quem sabe eu deixe essas bagagens aqui
E compre lá mesmo roupas novas
Pois já não se dá para comprar sabão para tanta roupa suja
E reconte todas essas milhas de meu carro
Chegou a hora de partir
Pois não se consomem mais esse tal amor
Feito banha na geladeira...
Ele mofa naquela gavetinha
Quem sabe nesta manhã ela leia minha carta
E seja sincera em sua resposta
Pois mesmo que machuque
Eu estarei livre desta incerteza...