Sobrado

Numa noite bela

cheirando a primavera

com gostos de doce de avelã

na rua cinco

no sobrado de número dois

ela apareceu na janela

olhando para o mar

a contemplar as ondas

que beijavam a areia da praia

com maestria e singeleza

com amor e beleza.

Então

como um encanto

ela virou o olhar

e me encarou

pelo seu sorriso

dizia palavras de amor.

Ela

a morena bela

que do sobrado se destacou

ficou a jurar

palavras e palavras do preciosíssimo amor.

Meu coração saltitou

só faltou estar com ela na janela

na viração da noite

no acordeão do amanhã

ela disse

que o amor é tudo

desde o começo do mundo

ela

somente ela

a deusa da primavera

a princesa do sobrado

foi a única que me amou.

Ela

como nas encantarias

divina sabedoria

em ave se transformou

pela noite

diria se que era um pavão

pela formosura de coração

diria se um bem te vi

para cantar e sorrir

diria que era um pardal

para cantar a orquestra final

diria que era um sabiá

onde as aves daqui não gorjeiam como lá

diria que era um uirapuru

pois o meu eterno amor, és tu

sim, essa ave da vida

da harmonia

das sinfonias

de todos os dias

ela, somente ela,

me amou.

Sobrado...

Conde Diego O Poeta
Enviado por Conde Diego O Poeta em 05/08/2022
Código do texto: T7575932
Classificação de conteúdo: seguro