ABSOLUTO REGRESSAR

Um dia, desses anos a qual tenho,

Quando não restar mais nada,

Eu saberei que estarás lá,

E resgatar-me-às deste fim,

Onde os sonhos vem, mas que já se desfazem.

E não há sentido algum para o amor,

Nem mesmo em tudo o que temos,

Que vai além do que o mundo pensa,

Quando você não está!

E nisto eu venho,

Sentindo o cheiro a qual tens,

Num doce sopremo da eloquência,

Ao envolver-me na mais louca certeza,

Sem dizer-me o que te comove,

Numa outra nossa existência.

Todavia, sustentar-te-ei,

Cuidadosamente em meio aos meus abraços,

Antes de ver todas coisas disssiparem-se,

E eu não consiga entorpecer-me,

Sequer um pouco de ti.

È o seu corpo no meu corpo,

Descrito numa missiva,

Dos versos internos que sinalizam,

A lacração do quanto dependo,

Desse seu imenso oceano,

Cujas ondas movimentam-se,

Dentro daquele seu olhar.

Mas, é em diversas vezes,

Que o silêncio constrangedor,

Inebria-me num absoluto regressar,

No recanto funesto de mim,

Impedindo-me de continuar a andar.

01/08/2022

Poema 2.912 / n.57 de 2022.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 03/08/2022
Código do texto: T7574415
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