ABSOLUTO REGRESSAR
Um dia, desses anos a qual tenho,
Quando não restar mais nada,
Eu saberei que estarás lá,
E resgatar-me-às deste fim,
Onde os sonhos vem, mas que já se desfazem.
E não há sentido algum para o amor,
Nem mesmo em tudo o que temos,
Que vai além do que o mundo pensa,
Quando você não está!
E nisto eu venho,
Sentindo o cheiro a qual tens,
Num doce sopremo da eloquência,
Ao envolver-me na mais louca certeza,
Sem dizer-me o que te comove,
Numa outra nossa existência.
Todavia, sustentar-te-ei,
Cuidadosamente em meio aos meus abraços,
Antes de ver todas coisas disssiparem-se,
E eu não consiga entorpecer-me,
Sequer um pouco de ti.
È o seu corpo no meu corpo,
Descrito numa missiva,
Dos versos internos que sinalizam,
A lacração do quanto dependo,
Desse seu imenso oceano,
Cujas ondas movimentam-se,
Dentro daquele seu olhar.
Mas, é em diversas vezes,
Que o silêncio constrangedor,
Inebria-me num absoluto regressar,
No recanto funesto de mim,
Impedindo-me de continuar a andar.
01/08/2022
Poema 2.912 / n.57 de 2022.