Rosa Delicada
O que fazer dessa imensa mágoa
E como esconder-te a desilusão,
Se sou transparente como água
E sequer controlo meu coração?
Metade do ser que fui outrora
Traduz-se em infinitas poesias.
Desejo terno que em meu peito mora
De encher de sonhos as horas vazias.
Rosa delicada de meus amores,
Sem destino certo, sem rumo.
Seresta ao luar, parto sem dores
E a paz que me faz perder o prumo.
Presentear-te-ei com meu verso,
Será na noite teu companheiro,
Soprado ao vento, um tanto disperso,
Qual tempestade em pleno janeiro.