Costura

Dentro daquele fino linho entrelaçado nas costuras da areia que cai, houve um olhar distinto entre nossos olhos. Nesse fio, explodiu uma grossura nova, forjada na dor suja e dilacerante.

Dentre milhares de beijos, trocas e toques iguais, essa costura diagonal ressignificou todos os milhares iguais e então, a partir desse momento nos reencontramos no uno de nós. Somos nós em singular. Tu és a bandeira expondo o propósito, a parte vazia que derrama e eternamente derrama, consigo perceber pela curva que arqueia seus lábios quando teu coração se alegra porventura, és a glória universal de todos os tempos, a cachoeira azul no espaço da calmaria.

O reencontro se dá, porque no final da manta trocamos a linha, a máquina, a luz, os óculos, as lentes, o pé, o olhar.

Lua de Ébano
Enviado por Lua de Ébano em 31/07/2022
Reeditado em 16/02/2023
Código do texto: T7572192
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