AMAR TE
Amar-te aos poucos é saber-te tanto
Que ao pranto das flores se envolve.
Quero saber-te mais,
Sentir a razão do teu silêncio
Ao sopro de minha voz.
Não tendo poderes divinos, suponho
Que tendes por mim o mesmo amor,
Algo que faça não me sentir tão sozinho
Palavreando aos cantos de folhas silentes.
Amo-te Sol e Lua,
Em lindas vestes, mas de alma nua,
Levitando em minhas retinas
Como ao céu que te reverencia.
Não há porquês em estares distante
Como a força dos ventos
E a luz dos dias.
Compreender ao outro
É sentir arder em febre
Seu próprio ego,
Trazer desassossego
Em universo inóspito.
Não quero a esperança ou linhas do passado.
Basta-me ser lembrado em tuas melhores horas,
Sentir-me abraçado quando estou triste,
Ou beijado suavemente
Nos momentos de felicidade.
Cabe ao meu amor nunca te saber ausente
E cobrar de ti alguma presença,
Nem que seja na tenra folha virgem de papel
Em que rabiscas qualquer palavra
Que caiba em poesia.