Sempre foi assim

No papel eu sei me despir

A minha alma é vista e tocada

Pela pureza e delicadeza de cada palavra

No papel cada rima e poesia se transformam em melodia

O meu corpo é balançado e mimado por cada escrita que a tinta da caneta permitir escrever

Em cada rascunho e mancha no velho papel há uma chance de ver-me nua

Sem medo, metáfora ou ironia nas entrelinhas de cada escrita há uma verdade minha

Quando me permito chorar e sorrir em cada verso os meus pulmões ficam sem ar e os meus olhos não veem com tanta facilidade, a minha boca não consegue pronunciar nenhuma palavra e apenas as minhas mãos são capazes de dizer o que há no meu coração

Somente elas conseguem transmitir cada sentimento escondido, toda vez que eu escrevo um buraco se abre e no meu peito uma ponte é criada para os meus devaneios

Quando é apenas eu e o papel a tinta da caneta beija a minha mão e as palavras saem com paixão

Na mancha de tinta de cada dedo há uma escrita que não foi planejada... Apenas rabiscada

MICHELE MONTEIRO
Enviado por MICHELE MONTEIRO em 26/07/2022
Reeditado em 24/08/2022
Código do texto: T7568317
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