Embarcações
Não entendo quanto tempo passei na superfície
com medo de perder o ar,
caso eu pulasse com você no mar.
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O vento, miragens, sons e temperaturas
seguravam minhas inseguranças.
Você como uma sereia conseguia segurar o ar por muito tempo.
Sempre me passou essa força e eu poderia morrer em pouco tempo.
Embarcações levaram meu olhar, menos meu coração.
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Não conseguia pular, ainda assim nunca saí da superfície.
Desconhecia sereias até quando você me escolheu.
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Mesmo assim continuei achando que eram alucinações.
Todas as vezes que me puxou para o declínio nas águas
eu tentei te mostrar as embarcações, nem você saiu do espelho d’água
mas sempre embaixo d’água segurando o ar sozinha e linda de força.
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Como não percebi que tinha poder de me proteger do frio e das tempestades
dos anos que passei na superfície, essa que por vezes eu só via um grande mar.
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Pensei que o mar só chegaria para molhar o corpo e mostrar-se belo,
mas ele me oferece o que não se explica do meu próprio mar.
Não por fragilidade,
sim o medo de me entregar e ficar só quando você descobrisse
que eu pularia sim, mesmo que fosse para me entregar inteiramente por alguns segundos.
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Mas não queria que você soubesse que sou assim.
De morrer por amar, pois isso também me assusta.
Isso me faz diferente, novamente, desde quando já sentia isso sem te conhecer.
Como premonição de saber que um dia eu me afogaria.