Flores e rancores
Eu mal te vi e já bem-te-vi
Coisa boa de sentir
Eu mal te vi e já bem-te-vi
Canto pra você me ouvir
Um passarinho
Cuja cor eu nem me lembro mais
Me contou que eu fiquei pra trás
De asas cortadas, modo avião
Ouça, então, o despropositado desatino
Que despetala em um peteleco
Percorrendo nos seus ecos
A minha canção
Onde a encontro, encontro ritmo
Batuque e palma
O lalaia do Arlindo
O lelele do Exalta
Até Geraldo Vandré fez música a falar de ti
E eu duvido que ele te viu como eu te vi
Como eu te vejo
Enfeito as borboletas com o efeito
No Sol que raia no riso
E no canto
Cantinho esquerdo do peito
É o meu jeito
De não querer ficar plantado igual couve
Pois, no meu vaso, sempre coube flor
Se houve amor, colhe quem regou
Tipo pas-sa-ri-nhos do Emicida
O nosso amor só quer passarinhar
Mas, eu não sei o que será da minha vida
Sem o teu peito p’ra pousar
Assim como as mais belas flores
Os mais feios rancores
Também morrem um dia
Sendo sincero
Eu só espero,
Confio e esmero
Que, no seu peito, eu perfume alegria