VELHA CHAMA
VELHA CHAMA
quando os ventos da saudade
sopram forte no coração
desnorteia, tal a tempestade
inundando-o de lágrimas de solidão.
é forte a chuva que o sufoca
nada mais brota
ja não discerne real de ilusão.
tornam-se fracas suas batidas
o sangue não consegue circular
lembranças outrora adormecidas
insistem em acordar.
com muito esforço que sobrevive
mantendo-se acima do nível
das mágoas que o nquerem afogar.
reve um rosto
relembra nomes
amarga o seu desgosto
onde de amor passa até fome
ali fica combalido
coração fraco e sofrido
aos poucos some.
não pede ajuda, não por orgulho
e nem clemencia,não por falta de fé
mas guarda pra si todo entulho
pois não é duro como dizem que é.
e assim segue o seu destino
tenta voltar ser um menino
e espia ao longe na ponta dos pés.
tentando ver se ve alguém
alguém que lhe possa interessar
ali se encolhe pois nada tem
no horizonte, no além mar
.volta então a realidade
pois bem o sabe
não mais poder amar.
seus sentimentos são encarcerados
aprisionados em outro ser
que ja não pode ser alcansado
então só busca poder viver
alimentando a velha chama
um coração que ja não ama
e outra dona não quer mais ter
Ladislau Floriano