O POETA MUDO
De que importam meu ditos, se o universo da semântica não te pode achar?
Se o sangue quente da paixão eles não podem estancar
Se a tempestade que inunda o meu sonho em vão
São sombras simples que admitem a luz dessa ilusão?
De que adianta falar aos ventos pra desabafar?
Se dentro em mim um mundo de emoção vive a brotar
Se o mesmo vento que leva, traz de volta esse querer?
São verbos tantos que nos três tempos conjugam você!
De que importa que os lábios que te amam venham poetizar?
Se o sabor que buscam só tua boca pode destilar
Se na mudez seus gritos de amor vivem a te buscar?
São vozes minhas que juntas no teu beijo querem se calar!
De que adianta ter cores e talento para em telas retratar?
Se nem o sol repete aquele brilho visto em seu olhar
Se nem a música consegue ser igual à melodia de tua voz?
São meras sombras do paraíso em que me acho, quando contigo a sós!