Erótico XXI
Ficou porque, muito toldado de bebida, seria incapaz de conduzir. A cama é larga, disse a Provocação que o ajudou a despir-se. Quando acordou viu-se nu e algemado e ela, a Provocação, ria. Quando lhe desenhou com o dedo o rosto ele tentou morder, esquivar-se, lutar contra o que o prendia e sentiu na pele a dentada fina do chicote. O vergão vermelho marcou-se nas coxas nuas e ele gemeu de raiva, impotência e ódio. Gastou a meia hora seguinte com gritos obscenos, rebeldias inúteis e um cansaço que lhe trazia alguma conformação.
Lambeu-lhe os olhos fechados, passeou a língua pelo nariz e parou a boca carnuda sobre a sua. Provocação sabia como domina-lo doseando carícias e chicotadas. Depois que entrou e saiu da praça muitas vezes era ele que queria, que gritava que não parasse, que continuasse, que se deliciava como rio, baba ardente, pele em fogo. Provocação aceitou os beijos, tomou banho e voltou. A seguir trouxe a roupa dele dobrada, abriu as algemas e esticou-lhe o chicote. – Se queres, pune-me, se queres mata-me, se quiseres volta.