Clara noite de luar
Numa clara noite de luar,
Meu solitário coração estremeceu,
Quando decidiste teu feminismo passear,
Fiquei abismado onde andara eu.
Olhava para ti não te reconhecia,
Onde andara tanta beleza,
Em criança te conhecia,
Agora não tinha a certeza.
Na escola eras minha Joana,
Brincávamos aos marido e mulher,
Brigávamos tanta vez por eu ser sacana,
Éramos crianças duma zona qualquer.
Neste Pais de fome,
Pão vinha da terra
Onde para ter mais que o nome,
Fugíamos por montes á guerra,
Mas felizmente tudo acabou,
Veio Abril para tudo findar,
Quase tudo se casou,
Só eu fiquei para te olhar.
Admiraram todos até eu,
Mulher linda de encantar,
Meu corpo todo tremeu,
Ver-te bela e linda a bambolear.
A. Manuel de Campos