INDUBITAVELMENTE ME CHAMAR

Esperando-te quando o dia já nem quis,

Trazer-te logo a mim, e aqui,

Viver o seu mundo sem mentir,

Dizendo que eu não lembro-me de ti!

O que é este fim que não vejo?

Do qual leva-me sem aquele apreço,

Onde todas as minhas redescobertas,

Sejam a definição do que se quer, então,

Do mito que remonta o essencial,

Que concebes em teu peito.

Mesmo nos seus arquejos,

Deve ter um pouco da nostalgia,

A qual vens e me ensinas,

O quanto todos os teus intentos,

São carregados daquele minuto,

Em que se infira o teu sorriso.

Ah, esses ritos dionisíacos!

Cujas festas contemplam o sabor dos vinhos,

Embriagando nossas artes humanas,

Exalando gardênia por toda a parte.

Sentir o seu espírito se apossar,

Daquilo que já não posso te dar,

Outrora esquecida por um olhar,

Quando jamais saberei,

Por qual caminho te sondar.

É o mesmo que amar,

Doravante entregue ao submundo,

E nem pelo barco tenho como navegar,

Se Carontes não permitir que eu vá…

Para ouvir-te indubitavelmente me chamar.

07/07/2022

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 07/07/2022
Código do texto: T7554764
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