INDUBITAVELMENTE ME CHAMAR
Esperando-te quando o dia já nem quis,
Trazer-te logo a mim, e aqui,
Viver o seu mundo sem mentir,
Dizendo que eu não lembro-me de ti!
O que é este fim que não vejo?
Do qual leva-me sem aquele apreço,
Onde todas as minhas redescobertas,
Sejam a definição do que se quer, então,
Do mito que remonta o essencial,
Que concebes em teu peito.
Mesmo nos seus arquejos,
Deve ter um pouco da nostalgia,
A qual vens e me ensinas,
O quanto todos os teus intentos,
São carregados daquele minuto,
Em que se infira o teu sorriso.
Ah, esses ritos dionisíacos!
Cujas festas contemplam o sabor dos vinhos,
Embriagando nossas artes humanas,
Exalando gardênia por toda a parte.
Sentir o seu espírito se apossar,
Daquilo que já não posso te dar,
Outrora esquecida por um olhar,
Quando jamais saberei,
Por qual caminho te sondar.
É o mesmo que amar,
Doravante entregue ao submundo,
E nem pelo barco tenho como navegar,
Se Carontes não permitir que eu vá…
Para ouvir-te indubitavelmente me chamar.
07/07/2022