SEMIOSE DA ALMA
Contemplo-te ao passo que tens dado,
Ao ver-me naquele espaço,
Que de vazio não tinha nada,
Além de um sorriso que é teu.
Como a manifestação indômita,
Vens a transpassar-te o que eu ainda,
Poderia ter guardado em mim,
Aquela essência final de inocência.
E a flâmula que a distância,
Dardejou sem haver um vento,
Assim como em todas as coisas,
Que mostrou-me nesse meio tempo.
E és a tradução infinita,
De um símbolo, a qual decifrável é,
O que encobertas em seu interior,
Cuja abrir é o mesmo que entender-te
Sendo algo tão incógnito que,
Muitas vezes o meu ser consente.
Tais fluídos corporais,
De uma libélula movida pela leveza,
Voando com tamanha elegância,
Enquanto a voz que eu ouço,
Aos meus sentidos liberta!
Há uma semiose da alma,
A qual não vejo claramente,
Entretanto, quando tu me abraças,
Sou desprovido de eloquência,
E deparo-me com os meus oculares,
Que em teu mundo dispersa-se,
Buscando as respostas que não tenho,
Mas que para si mesmas, se negam.
04/07/2022.