SEMIOSE DA ALMA

Contemplo-te ao passo que tens dado,

Ao ver-me naquele espaço,

Que de vazio não tinha nada,

Além de um sorriso que é teu.

Como a manifestação indômita,

Vens a transpassar-te o que eu ainda,

Poderia ter guardado em mim,

Aquela essência final de inocência.

E a flâmula que a distância,

Dardejou sem haver um vento,

Assim como em todas as coisas,

Que mostrou-me nesse meio tempo.

E és a tradução infinita,

De um símbolo, a qual decifrável é,

O que encobertas em seu interior,

Cuja abrir é o mesmo que entender-te

Sendo algo tão incógnito que,

Muitas vezes o meu ser consente.

Tais fluídos corporais,

De uma libélula movida pela leveza,

Voando com tamanha elegância,

Enquanto a voz que eu ouço,

Aos meus sentidos liberta!

Há uma semiose da alma,

A qual não vejo claramente,

Entretanto, quando tu me abraças,

Sou desprovido de eloquência,

E deparo-me com os meus oculares,

Que em teu mundo dispersa-se,

Buscando as respostas que não tenho,

Mas que para si mesmas, se negam.

04/07/2022.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 04/07/2022
Código do texto: T7552415
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