a-m-o-r
Quero o a-m-o-r calminho sabe? De fim de tarde. De chocolate na cama num inverno empedernido. O amor de pós-almoço de domingo. Que cochila no sofá. Quero o a-m-o-r de detalhes, preocupado e sem cobranças.
Creio que não há preparativos pra esse amor. Ele acontece, não se é achado pois não está perdido. Está lá, a espera. Vivendo no limbo das escolhas prematuras que se permeiam pelo tempo, pela vida.
O amor que é deverás ignorado, devorado. Esquecido.
Quero o a-m-o-r calminho, de pôr-do-sol.
De vento a beira-mar dum verão praiano, que de tão amado se faz esteira aos passos cambaleantes de quem só o admira.
É o amor constante. Rotativo. Permanente. Que flui. Sabe? Como um rio que perdura, sem findar e cruza mundos, que encurta continentes. O que dizem que não existe. Acredito que seja uma questão de tempo.
Há de haver.
Há tempo.
Quero um amor que de tão amado...
Permaneça.
Paschoal, George