a-m-o-r

Quero o a-m-o-r calminho sabe? De fim de tarde. De chocolate na cama num inverno empedernido. O amor de pós-almoço de domingo. Que cochila no sofá. Quero o a-m-o-r de detalhes, preocupado e sem cobranças.

Creio que não há preparativos pra esse amor. Ele acontece, não se é achado pois não está perdido. Está lá, a espera. Vivendo no limbo das escolhas prematuras que se permeiam pelo tempo, pela vida.

O amor que é deverás ignorado, devorado. Esquecido.

Quero o a-m-o-r calminho, de pôr-do-sol.

De vento a beira-mar dum verão praiano, que de tão amado se faz esteira aos passos cambaleantes de quem só o admira.

É o amor constante. Rotativo. Permanente. Que flui. Sabe? Como um rio que perdura, sem findar e cruza mundos, que encurta continentes. O que dizem que não existe. Acredito que seja uma questão de tempo.

Há de haver.

Há tempo.

Quero um amor que de tão amado...

Permaneça.

Paschoal, George

Paschoal George
Enviado por Paschoal George em 29/06/2022
Código do texto: T7548553
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