Tarde Demais
Pela aurora
O corpo estremece
O peito enche-se
E as borboletas voam céleres pelo estômago
Pela manhã
Eis que encontramos o ápice
As mãos entrelaçam-se
E os corações vibram no mesmo compasso
Ao meio-dia a tez arrefece
As mãos apertam
Mas o entrelaçar é insuficiente para segurar
os sentimentos
À tarde, eis que a temperatura aumenta
Os ânimos mudam
O Sol quente não é suficiente
pois o amor já se faz ausente
No entardecer
O Sol despede-se
Com a Lua, nasce também a amargura
Enquanto o relógio quase completa sua volta
À noite, a porta bate
A imagem se dá ao contrário
Digo adeus ao seu verso
As horas voaram
Na manhã seguinte,
Ainda estava cedo
As horas estavam certas
mas aqui dentro, já era tarde demais.