Azul e branco
Há um tempo azul. E há um tempo branco.
Não a respiração azul da Arte finissecular, de
morte e decadência. Mas um tempo azul sempre
novo de mar e céu, prazer dos meus pés
descalços, eco de falésias e pinheiros,
oxigénio dos meus passos. E um tempo branco, de
cravos e de rosas, de espuma, estevas e
vestais, franco de nervos e abraços de agora
e nunca mais...
Entre o tempo azul e o tempo branco
ficam marés cheias, marés baixas, solstícios, equinócios
– parcelas de trabalho – muito – e poucos ócios
Myriam
Fonte da Telha, 15 de Abril de 2007