FOI ASSIM
Lerdo transcorrer do tempo,
Que fazem meus dias se arrastarem,
Em preguiça que acalenta o corpo,
Mas que machuca, quase sangra a alma.
Queria pressa, velocidade de nuvens,
Sopradas pelas trovoadas e vendavais hostis,
Tipo relâmpago cortando o céu, fugaz,
Mas não, o tempo ruminava vadiamente.
O dia de te ver não chegava, relapso,
E a aflição tomando pulso e o coração pulsando,
A ansiedade angustiante remoendo estômago,
E o tempo, desatento, continuava no sossego.
Tua imagem repassava mil vezes,
Via teu semblante todo instante, em tudo,
Ofuscando até mesmo o horizonte mais colorido,
Os olhos da minha paixão só enxergava você, em tudo.
Era assim que me via, sentia, vivia,
No deslumbre embriagante daquela paixão,
Não importava ser a primeira, era dominante,
E dominado eu ansiava lhe avistar de novo.
Sim, vivi o grande amor adolescente,
Morri mil vezes e temi não resistir às dores,
De não mais lhe ver, não mais degustar um beijo,
Suficiente para acalmar o peito e realimentar a paixão.