FOI ASSIM

 

Lerdo transcorrer do tempo,

Que fazem meus dias se arrastarem,

Em preguiça que acalenta o corpo,

Mas que machuca, quase sangra a alma.

 

Queria pressa, velocidade de nuvens,

Sopradas pelas trovoadas e vendavais hostis,

Tipo relâmpago cortando o céu, fugaz,

Mas não, o tempo ruminava vadiamente.

 

O dia de te ver não chegava, relapso,

E a aflição tomando  pulso e o coração pulsando,

A ansiedade angustiante remoendo estômago,

E o tempo, desatento,  continuava no sossego.

 

Tua imagem repassava mil vezes,

Via teu semblante todo instante, em tudo,

Ofuscando até mesmo o horizonte mais colorido,

Os olhos da minha paixão só enxergava você, em tudo.

 

Era assim que me via, sentia, vivia,

No deslumbre embriagante daquela paixão,

Não importava ser a primeira, era dominante,

E dominado eu ansiava  lhe avistar de novo.

 

Sim, vivi o grande amor adolescente,

Morri mil vezes e temi não resistir às dores,

De não mais lhe ver, não mais degustar um beijo,

Suficiente para acalmar o peito e realimentar a paixão.

Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 28/06/2022
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