Jardineiro Anônimo
De que é feito este chão?
Para onde segue este caminho?
Aqui perdida em sonhos e pesadelos
Sentindo as emoções surgirem e passarem por mim
Compreendo que sou uma experiência minha
Uma desventurada esperança a se perceber
De que é feito este sentimento?
De quem é o poder de sonhar?
Nas profundezas do mundo frívolo, sigo
Num caminho regido pelas minhas emoções
Sou estragada pelo carinho e pela sorte
Sou reparada pela solidão e conquista árdua
De que sou feita, de ilusões?
De quem eu sou, do cosmos, de ti?
O que eram sementes, hoje vou colher
Talvez só caibam a mim ou a nós
E você foi meu anônimo e discreto jardineiro
E despretensiosamente brotou-me a seus pés