Um amor que quase morre
A poetisa
Estou aprendendo a lidar
com outra essência.
Ela é da minha cor.
Enche toda casca vazia.
Alivia sentimentos
escondidos e medrosos.
Sinto-me livre para amar.
Sentir o aroma perfumado.
Nosso simples levantar.
Amor eterno, forte e soberbo.
Diz que ama nesta noite
viúva. Ela tece minhas
essências em pano fino.
E eu teço este amor pelas
mãos, roçando minha alma
enlutada.
O poeta
Aguçarei por este cheiro,
o perfume que enfeitiça
este casco.
Farei dos escuros, teu
amante, até o dia clarear.
Serei a força dos deuses.
Vou espedaçar toda amargura
de dentro da vossa alma.
Vou amá-la até findar
a madrugada repletas da
minha voz, silêncios que amam.
Para o resto dos meus
dias, serás a vida.
Aquela que passeia em
teu sono, tranquilizando
a noite viúva, e chora
pelo amor que um dia
se foi sem nada dizer.
Nosso amor, fulge tudo
que há vida em mim.
Luciana Bianchini