PECADO EXPOSTO
Vem, vem viver comigo o pecado,
Vou te tocar de mansinho, arrepiar tua pele,
Experimentar essa boca, ávida,
Deixar que minhas mãos atrevam-se,
Nesse corpo atrevido e quente.
Vem, exponha-te inteira prá mim.
Solte as amarras, transgrida, peque.
Viaje comigo, perca o tino e te perca,
Que te acho já ávida em êxtase.
Morda, grite, eu te conforto,
Sinta as estrelas que explodem no teto,
Descontrole-te e me tenha inteiro,
Inteiramente servil e dono.
Vem, agarre-me, eu te entendo,
Prenda-te, eu deixo, eu provoco,
Deixe-me mergulhar mais fundo,
Nessa carne úmida, quente,
E me enlace mais ainda, eu gosto.
Olhe meu jeito travesso de quero mais,
Ria esse riso ansioso, gargalhe em silêncio,
Não te acalme, quero você assim tensa,
Assim frenética, lânguida, fera, fêmea.
Vem, continue subindo até das estrelas,
Deixa que elas explodam e te invadam,
Paire assim no espaço em espasmos,
E desça, lentamente, eu te espero,
E te abraço, e dou meu peito, meu regalo.
Vá, e me lembre e ria da ousadia,
Eu te espero noutro dia,
Na mesma cama talvez,
Com certeza da mesma forma voraz.