Fim Dos Dígrafos

O meu som não é lembrado

Os meus fonemas

Lado a lado

Foram separados

Fiquei sem as estrofes

Mas que linhas!

Só queria eu

Te ter como na poesia

Me vejo solitária em prosa

E o tempo que nessas palavras transcorre

Não fala ao silêncio

Fala aos corações partidos

Transbordando em solilóquios

Restam os verbos perdidos

Aqueles versos brancos

De sentidos impositivos

Mas o meu peito ainda exclama

Acredita naquelas últimas reticências da chama

Que aqui dentro ainda vive

em hiatos de sentimentos insignes

O fim dos dígrafos nasce com as estrelas

Não somos mais um fonema

E mesmo com sons retumbantes

A minha mente ainda guarda a solidão de ser o sentido

de uma só consoante.