Minha versão inventada

Eu tento me explicar pra mim mesmo; jurando que não sou as bocas que beijo, os corpos que desejo, os copos que pela metade deixo.

Tento em vão encobrir meu desejo, esconder as mãos trêmulas e o olhar atônito quando te vejo, o coração atômico quando sonho que te beijo e a passada inconstante quando ao teu encontro velejo.

Eu tento me explicar pra mim mesmo;

enclausurado como um percevejo, preso as

teias vis de seu predador e sem nenhum manejo, sem nenhum desejo de libertação.

Eu tento me explicar pra mim mesmo; as vezes

não me reconheço, tem vezes que não me mereço, alguns momentos me esqueço. Perdido nos tropeços que dou nos amontoados que sou e me entorpeço do desconhecido que soou.

tento me explicar pra mim mesmo;

mas já não me reconheço.

Eu sou minha versão inventada.

Paschoal, George

Paschoal George
Enviado por Paschoal George em 19/06/2022
Código do texto: T7541272
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