O ponto desbotado do sofá
Nos domingos ainda penso em te ligar
e dizer que te amo.
Não faço por saber
o quanto é chato repetir a mesma coisa.
Nos dias pares, sinto saudades da gente.
Talvez por que juntando os números
não sobra nenhum sozinho.
Deslizando de um lado pro outro,
quero que você apareça.
Só pra ter certeza que ninguém
levou seu coração
e, assim, me encher de novo de esperança.
Nós dois somos aquele pedacinho do sofá
que o sol da janela queimou
e deixou de outra cor.
Sua marca desbotou meu coração.
Sua ida descoloriu meus dias.
Os deixou mais frios.
Mais desinteressantes.
Mais dominicais e ímpares.