AQUELA NOITE
Me perdoe,
por não adentrar em tua carne sedenta.
Obrigado por me amar mesmo assim.
É porque o passado rodeava nossa áurea,
que sempre é calma e caótica em dias frios.
A dor, me maltrata,
bem ali perto da calçada.
Ela só é boa quando vem acompanhada de prazer,
O prazer de sentir uma dor,
é quando se lembra do que provocou a dor,
Seja amor ou êxtase de um lazer.
No meio de um pesadelo,
te vejo vestida de sonho.
Os demônios que componho diariamente,
perturbam a mente,
mas sigo.
Vislumbrando um abrigo,
casa comigo?
eu adoto um gato chamado Lúcifer.
Eu corro atrás do copo,
segurando numa das mãos a cachaça.
Minha'lma parece com esse copo,
fugindo da função de preencher
o vazio de alguém.
Um pedaço de ti no meu colar,
e nos dois a se embriagar de suor e desejo.
"por entre os becos
do meu velho vassoural."
Canto na rua
me encanto para lua,
recito para teu olhar.
e todos a notar,
que eu estou mudado,
e todos a julgar,
será que fiz algo errado?
vem,
puxa me braço e me encosta
no canto da parede.
vai,
mostra esses teus verbetes,
tatua tua boca no meu pescoço.
teu rosto é tão lindo de perto,
senti tuas águas escorrendo
por entre meus dedos.
Eu sinto muito,
e não estou me desculpando.
Eu sinto muito,
eu estou te olhando.
sinto,
tuas curvas,
tuas chuvas,
teu verão.
ouço a batida de teu coração.
E o último beijo depois
de um trago de cigarro.
senti teus lábios cortados,
porém,
o único sangue que senti,
foi o fluxo cardíaco acelerado,
numa ânsia sem fim.
Volto para casa apaixonado,
nem sinto o cansaço.
volto para casa deslumbrado,
por tocar o teu céu após recitar
a poesia que fiz para ti,
E que de tanto viver,
consegui decorar.
Talvez essa seja mais outra,
com certeza não será a última.
pois é no lago de teus versos,
que sempre retorno para me banhar.