Seiva de esmirna

Eis o traço de minha linhagem perfeita

Que causa intriga entre os demais montes

D’meu corpo terás seca assim como da escrita

Para que no fim afogue-se de saudade aos mentes

Caçarei o derramar de sangue de meu fruto

Culparei o rei e lastimarei o dia que o encontrei

Chorarei até honrar o ato que me causou esse luto

Orarei e irei abençoar-te para todo mal que lhe causei

Terei que dividir-me entre os amores egoístas

Pois dividiram-me em três pelo bem dos outros

Oh de mim, sofrido na mão dos extremistas

Que sua beleza espante todos esses monstros

Que eu escreva a carta que me liberte dessa chama

E me contentes a dormir só durante o frio

Após a chuva não me deixem atolar na lama

Durante a tempestade não me deixem resfriado

Olá mirra, não chore mais ..

O senhor pode nos encontrar

e nos deixar no submundo

Deixarei a vocês minha escrita

Daquele pequeno Adônis

Pois eu hibernarei a partir desta noite

Talvez retorne na primavera

Junto com aquele punhado de rosas

E o pedido de sua mão

Prometerei fervor após a cerimônia

Escreverei a ti com todo meu tinteiro

E deixarei um fim nestes versos

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 15/06/2022
Código do texto: T7538357
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