Pendurei a minha dor no cabide,
Atrás da porta do quartinho do fundo,
Aquele onde se guarda as coisas velhas,
Coisas sem uso, coisas fora de moda,
Mas que a gente não jogar fora,
Pois pode precisar algum dia.
Tomei a mão da ilusão e saí contente,
Uma saída tímida para um cafezinho,
Eu e a ilusão, iludidos de mãos dadas.
Resolvi tomar um chope e levei a ilusão,
Dois chopes, três chopes,
Quanto mais chope, mas iludido.
Sem que eu percebesse a ilusão se foi,
Mas para não me deixar sozinho,
Chamou a desilusão para ficar comigo.
Ainda tomei uma saideira com a desilusão,
E voltei para casa desiludido,
Fui ao quartinho do fundo e peguei minha dor.
Nós nos conhecemos bem,
Nós convivemos bem,
Nada de ilusão.