Ninfa das Águas
Lá em março, naquele dia lá
em que não dava mais para enrolar
mal pudera eu acreditar.
Já era descrente.
Não negava o amor
mas curtia demasiadamente o sabor
em ser só.
Só que virou nó.
Intensamente aos poucos aparecias
e eu radiante lhe dizia:
não se afobe não que nada é pra já
o amor não tem pressa, ele pode esperar.
Sequer me ouvia.
me penetrou quando tentavas me esconder
impressionante!
Tocou onde não mais emergia.
Vulnerável incerteza de ser.
Captou-me por fazer lembrar
do diálogo descrito em O Banquete
sobre corpos arrancados da metade.
Não que sejas a minha metade
nem eu sou a tua
mas sinto-te a minha parte
a preferida.
Tens lembrança para mim
de futuro
penso em você como alguém que amo
a mulher que sonho ser
livre, sem horas
sem relógio que insista em bater às dez
na paz de um não dizer
e a leveza sem pudor ao desejar.
Ah, que gostoso é, minha ninfa
te olhar, acariciar,
(ama)ssa(r)
gozar o demorado...
Enfim, bom mesmo esse tal te namorar.