O Tempo Que Quiser
Eu te dou o tempo que quiser,
Para conheceres-me outra vez e,
Que nada seja apenas uma ilusão,
No qual leva-nos compreender,
O quão doido é viver de solidão.
E na esperança que meus versos tem,
De dizer-te que desta maneira vens,
Para não deixar-me sonhar sem ter,
Apenas uma lembrança de um talvez.
O que eu sei é que não quero me enganar,
Pois vou sentir-te onde eu não possa ir,
E não deva nem lhe imaginar,
Que eu vá porventura, te encontrar.
Também sei que eu não desejo te esquecer,
E assim vou correndo todos os riscos,
Somente para ganhar-te em fantasia,
Se for o caso para amar você.
E nesta altura, nada vai mudar,
Como se todos os meus dias,
Fossem exatamente iguais,
Na imensidão que aquele seu olhar azul,
É capaz de me trazer uma liberdade a mais.
Diante de um ser que dorme,
Busco freneticamente sobreviver,
Ao conceito de ver-te ao poucos,
Vindo na minha mente a desaparecer.
E quando tento inventar-te,
Eis que sou arrastado para esta rotina,
De escrever para mim mesmo,
O derradeiro silêncio: a incógnita,
Que foi o que restou de ti.
Ricardo Oliveira - 11/06/2022