Luar as avessas 2
Para está noite trago os silêncio
Pois sem ele não me ouviria jamais
Trago para está noite vinho
Para não me ouvir falar de nada mais
Sento de frente o mar de Iracema
Memorizando aquele encontro
Mas não te encontro em parte alguma
Embora você esteja em toda cena.
Não, não caia agora lágrima covarde
Te sinto quente cortando meu rosto
Gelado pelo caprichoso vento marinho.
Meu lamento cai na noite dessa cidade.
Dessa cidade virulenta
E teu perfume me atormenta
Em toda parada em toda estação
E me entumece o coração
E apaupa o sentimento
E eu explodo aí como eu explodo
Queimo por dentro!
Como quem acende o último cigarro
Volto para casa passos lentos
As ruas estão vazias, as horas mórbidas
A noite já está para acabar!