Luar as avessas 2

Para está noite trago os silêncio

Pois sem ele não me ouviria jamais

Trago para está noite vinho

Para não me ouvir falar de nada mais

Sento de frente o mar de Iracema

Memorizando aquele encontro

Mas não te encontro em parte alguma

Embora você esteja em toda cena.

Não, não caia agora lágrima covarde

Te sinto quente cortando meu rosto

Gelado pelo caprichoso vento marinho.

Meu lamento cai na noite dessa cidade.

Dessa cidade virulenta

E teu perfume me atormenta

Em toda parada em toda estação

E me entumece o coração

E apaupa o sentimento

E eu explodo aí como eu explodo

Queimo por dentro!

Como quem acende o último cigarro

Volto para casa passos lentos

As ruas estão vazias, as horas mórbidas

A noite já está para acabar!

isaac santiago
Enviado por isaac santiago em 09/06/2022
Reeditado em 10/06/2022
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