AINDA EM MIM
Tu, ao deixar de me amar...
Não serei a praga em teu
jardim!
Estarei deixando de florir
onde deixaste de me regar.
...
Ainda estou a recordar,
de quando "brincávamos"
sobre folhas secas do outono.
Nas lembranças do inverno,
nossos corpos se cobriam
com a epiderme dos anelos.
Inebriávamos de prazer
no êxtase do verão.
...
Tu, ao deixar de me amar...
Não morreste dentro de mim!
Encontra-se vazia a cadeira
em nossa sala de jantar.
Ainda está desarrumado
o quarto de nossos desejos.
...deixaste sem doce
os frutos do pomar.
...
Partiste!
Ficaste em mim as cores da
primavera a decorar os
meus sonhos de quimera!
Tu deixaste de me amar!
J. Macedo 09/02/22