Numa noite chuvosa ou na manhã amorosa de qualquer verão
Meus dedos deslizando por entre as mechas de teus cabelos
Numa manhã de sol ou de chuva ou do que vier
Traduzindo as marcas e pergaminhos em teu corpo e lê-los
Sem temer o futuro ou arrastar o passado ou o que houver
Despertar sem saber ao certo se é sonho ou se é real
Feixes de luz alumiando teu olhar risonho da manhã
Antes disso, o sono depois do amor que não nos foi fatal
Foram tantas quimeras que alimentaram minha esperança vã
E eu acordaria do sonho para voltar ao sonho que sonhei demais
E existiriam sim pois sempre existiram todos os obstáculos
Mas eu seria homem rejuvenescido por teus tantos anos a mais
Que somariam a minha vida o teu ao meu receptáculo
Quase tudo não importaria como hoje importa tanto assim
E importaria o que importa, mas sempre importa tudo mais que há
Ás vezes o fim não tem começo como o começo não é início do fim
Esse grito ao infinito sei que não é algo que o tempo sequer responderá
Meus dedos deslizando por entre as mechas de teus cabelos
Numa noite chuvosa ou na manhã amorosa de qualquer verão
Me arrepiam o pelos mas despertei e amanheci pesadelos
Desde que a noite longa de tua falta fez morada em meu coração