Toco-lhe Alma
Suave veneno no mel de seus lábios
Vício louco de um querer vazio
Corpos delirantes de prazer carnal
Nuance de intimidade e vazio existencial
Nesse teu sedento e negro corpo
Toco-lhe o corpo ascendo-lhe a alma
Alcanço o prazer e desnudo-me na luxúria
Pecado é de amar o sofrimento fecundo
Na curvas da suas nocivas ranhuras
Escrevi a poesia mais instigante do mundo
Destino intragável
Sorte indesejável
Distancia insuportável
Trago a simplicidade de quem ama
Fere-me, com seu ímpio galopar
Sei que de mim se erija ao tom que se funde
Dois corpos vivos no frenesi de amar
Eu apenas um desvalido vimbunde.
As ilusões que inventei sobre o vento
Busco o calor e o alimento em seus seios
A imaginação não alcança o que sente o coração
Decifrando seu corpo sem rodeio
Satisfeito no gozo da alma, vem-me a inspiração.
Ontem no fim da tarde vi um canarinho
Observei... observei... observei-o!
Ele era apaixonado em seu canto
E sozinho em seu ninho.
Tendo a mesma solidão, derramei meu pranto.
Romperei seus muros
Tomarei seus beijos
Dominarei seus pejos
E quando nada mais for ilusão
Traga depois do sexo a ternura
Aquele olhar efêmero e enfadonho
Deixe para a poesia a lisura
E ame-me como se a vida fosse sonho