O CAMINHO DAS ESTRELAS
A Ti, ao Amor, a quem Ama
O CAMINHO DAS ESTRELAS
Rebolo-me nele, no seu âmago
Em sonhos de vermelho carmim
Sorrindo e chorando
Porque me sinto assim
O caminho das estrelas
E as minhas lágrimas
São de azul-céu
E o meu sorriso
Possui
A cor do teu
Nesse universo que criei
Mas que empresto
A quem de mim gostar
Num doce espiral de afectos
Que é o meu real lugar
Ouvindo o trinado
De uma guitarra
Em pleno luar
Guitarra que grita a saudade
De uma presença
De uma estranha forma de estar
A ganhar corpo
E ao mesmo tempo a evanescer
Água que sai da minha nascente
Que se evapora
Para voltar a cair
Voltar a nascer
Em mim
Em ti
No nosso imenso ser
Dançando
Não parecendo dançar
Enquanto a minha voz se cala
E os dedos nas teclas, nas canetas
Nas cordas
Não se para de calar
Na sacrossanta busca
De um amor
De um sentimento homogéneo
Que tenha a consistência
Do pó de que somos feitos
Da essência do pó estrelar
Blindando contra as tempestades solares emocionais dos outros o meu ser
Com palavras imensas
Que julgo a ti também pertencer
E por isso te pedi a única coisa
De que sou capaz
Mostra-me a tua magia
Esse truque afectivo
Que a tua alma tão docemente faz
Para que esteja tudo certo
Enquanto beijo a tua perfumada cabeça
Onde os cabelos lisos ondulados
E o sorriso
Pouco abaixo a seu lado
Faz do feio bonito
Da tristeza alegria
Da espuma dos dias
Chuva quente
Chuva ardente
Pela nossa Via láctea
Do carinho
Universo de amores infinitos
Deus que ama
Sem pedir para ser amado
Criança que nasce em berço d’ouro
E é assim abençoado
Nessa estrada que é a nossa
De todos os amantes
De todos os tempos para sempre
Pois este é o meu legado
Muito visível a quem quer
E nada aparente
Pois serás sempre
Como sabes a mais bela
Neste caminho perene
O caminho das estrelas