Folhas do Meu Caderno

Folhas, como folhas...

Caindo, teimando para não cair

De um caderno fechado há anos.

Este em que eu segredava um amor

Puro, lindo, como água corrente de um rio.

Conto de fadas de uma vida,

Nos gestos de uma mão

Que te procurava no vento

Mas te escondia na tinta.

Algum tempo depois você surge,

E com isso os secretos, as dores,

Tudo vem à tona.

O tempo deu um novo sentido para tudo,

Revelou com clareza,

Na primeira pessoa plural

Um infinito de possibilidades

Que ainda podemos viver hoje.

Não mais como o velho amor primaveril,

Mas um amor invernal, maduro, forte

Como as velhas folhas do meu caderno.

Juciane Afonso
Enviado por Juciane Afonso em 23/05/2022
Reeditado em 23/05/2022
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