Folhas do Meu Caderno
Folhas, como folhas...
Caindo, teimando para não cair
De um caderno fechado há anos.
Este em que eu segredava um amor
Puro, lindo, como água corrente de um rio.
Conto de fadas de uma vida,
Nos gestos de uma mão
Que te procurava no vento
Mas te escondia na tinta.
Algum tempo depois você surge,
E com isso os secretos, as dores,
Tudo vem à tona.
O tempo deu um novo sentido para tudo,
Revelou com clareza,
Na primeira pessoa plural
Um infinito de possibilidades
Que ainda podemos viver hoje.
Não mais como o velho amor primaveril,
Mas um amor invernal, maduro, forte
Como as velhas folhas do meu caderno.