Maré Cheia
Na noite
em que tua voz cintilou
por entre tantas
outras vozes
senti
os fogos de artifícios
explodirem na tua pupila.
Tornei-me astro
em teu sistema
num ponto qualquer
que me refletia.
Na velocidade
do pulsar
das minhas veias
percorri teus
pensamentos
e por alguns
breves momentos
me senti completa,
plena,
-como onda
que voraz se eleva
na fúria da maré cheia-
E me lancei
na incerteza de ser
flor
ou
teorema.
No barulho das
sandálias descalças
pelas poças d´água
depois do avanço do mar
Dos respingos
de brisa salgada
que paralisava a
vida
em contato com o ar
Fui brisa
ou vento alísio
feliz por
ser quem sou
assanhei teu cabelo
roubei um pouco
do teu cheiro
e meu cais serenou.
(Jessiely)