Janela Indiscreta
 

Da janela eu vejo a moça,
Na janela do seu quarto,
Ou sentada, belo quadro,
Ou deitada, bela moça.
Sou escravo desse quadro,
Sou escravo da janela,
Sou da minha e sou da dela,
Sou escravo dessa moça.
Mas a moça nem me liga,
Difícil é lhe cortejar,
Está sempre a fazer figa,
Pra esconjurar meu olhar.
E o pior dos meus tormentos,
Chega justo no momento,
Da moça ir repousar,
Quando em repentino gesto,
Ela ouve o meu protesto,
E resolve se trocar.
Olhares ainda investe,
Sobre a janela de cá,
Até sua cortina cerrar.

Luís Bacelar Vidal
Enviado por Luís Bacelar Vidal em 18/05/2022
Código do texto: T7518613
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