FUGA DE MIM MESMO

Resisti a idéia de renunciar,

por pensar que aquilo que

nos unia era único,

ocupava o primeiro lugar...

Para não sair de pronto,

dei um tempo ao tempo,

para que,

em uma manhã qualquer,

não fosse afogado pelo meu próprio pranto.

Passaram-se noites inteiras

intermináveis dias, e,

não me encontrando

bati em retirada,

do que vinha me matando.

Pretendia esquecer tudo

que nos envolvia,

percorrer outras estradas,

talvez até sem direção,

para não retornar ao

meu antigo mundo.

Nada descobri, tudo que vi

e senti era vazio,

os braços que me envolveram

foram reprises de recentes

fracassos.

Os lábios que me beijaram,

não continham gosto de nada,

somente beijos e nada mais.

As camas encontradas,

apresentavam aspectos estranhos,

servindo apenas para amenizar

meu profundo cansaço.

Assim, fugi de mim mesmo,

e, hoje,

concluo que,

fui eu

o meu próprio verdugo.

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Wil
Enviado por Wil em 23/11/2005
Código do texto: T75174