FUGA DE MIM MESMO
Resisti a idéia de renunciar,
por pensar que aquilo que
nos unia era único,
ocupava o primeiro lugar...
Para não sair de pronto,
dei um tempo ao tempo,
para que,
em uma manhã qualquer,
não fosse afogado pelo meu próprio pranto.
Passaram-se noites inteiras
intermináveis dias, e,
não me encontrando
bati em retirada,
do que vinha me matando.
Pretendia esquecer tudo
que nos envolvia,
percorrer outras estradas,
talvez até sem direção,
para não retornar ao
meu antigo mundo.
Nada descobri, tudo que vi
e senti era vazio,
os braços que me envolveram
foram reprises de recentes
fracassos.
Os lábios que me beijaram,
não continham gosto de nada,
somente beijos e nada mais.
As camas encontradas,
apresentavam aspectos estranhos,
servindo apenas para amenizar
meu profundo cansaço.
Assim, fugi de mim mesmo,
e, hoje,
concluo que,
fui eu
o meu próprio verdugo.
VISITE.
http://www.recantodasletras.com.br/autores/wilsonocarvalho