As Obras De Barro
As obras de barro,
São minha carne e alma.
Sentinela angustiosa
Seguindo seu curso natural
Rápido rumo
Sem pressa
A minha destruição total.
Edom dá suas flores,
quero te ver de novo.
Mel silvestre, cedro do Líbano
Num espanto vulgar
e um assombro noturno.
Os seus cavalos partiram
para a guerra.
Quando poderei voltar a dormir?
Na pele que tu habitas,
que é véu mais que sagrado,
para a sua carne e sangue
Ao toque serão estimulados.
Te vejo entre
os reflexos lacrimejantes
Do meu olhar vago
e meu toque hesitante.
Quero ser seu tabernáculo,
fendido de cima a baixo,
ardente ósculo santo.
Você pode me moldar.
E se quiser,
poderá até sujar as mãos.
Me molde, me molde, me molde
até ter sua expressão.
E quando vier o fogo
As nossas obras de barro:
Prevalecerão!
Em triste agonia,
da ruína da alma.
Você é o que de mais
precioso eu tenho.
Um adeus
Nunca vai nos separar...