Olhares nús

Pensava que o mundo não entendia a verdadeira natureza.

Até  o dia que implodiu e seus maiores tesouros foram afanados pelo mesmo mundo que temia.

Todos estavam igual ao interior anônimo da alma.

Daquelas janelas úmidas, poucos sabiam bisbilhotar o estranho que estava exposto.

Onde haveria de esconder, agora que todos se parecem iguais.

Por trás das máscaras não estão mais os grandes simulacros de ilusionismos.

A farsa perdeu espaço para a necessidade de sobrevivências.

Dadas as mortandades destes tempos pestilentos.

O desafio dos embusteiros não era a vã ação de esconder seus intentos.

Mas, encarar os  únicos pontos desnudados das faces protegidas.

Mirar nos outros e reconhecer por sinapses, indução e projeção.

Tudo aquilo que nos olhares nus diziam em  pancadas, o coração.

Francisco Grandiel
Enviado por Francisco Grandiel em 12/05/2022
Código do texto: T7514737
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