Olhares nús
Pensava que o mundo não entendia a verdadeira natureza.
Até o dia que implodiu e seus maiores tesouros foram afanados pelo mesmo mundo que temia.
Todos estavam igual ao interior anônimo da alma.
Daquelas janelas úmidas, poucos sabiam bisbilhotar o estranho que estava exposto.
Onde haveria de esconder, agora que todos se parecem iguais.
Por trás das máscaras não estão mais os grandes simulacros de ilusionismos.
A farsa perdeu espaço para a necessidade de sobrevivências.
Dadas as mortandades destes tempos pestilentos.
O desafio dos embusteiros não era a vã ação de esconder seus intentos.
Mas, encarar os únicos pontos desnudados das faces protegidas.
Mirar nos outros e reconhecer por sinapses, indução e projeção.
Tudo aquilo que nos olhares nus diziam em pancadas, o coração.