Acerto os ponteiros

Dou ritmo à desarmonia,

Adianto os planos ulteriores,

Acordo agitado em palpitações.

Amanhã já é outro dia.

Atropelo o elementar,

Desconheço o primordial.

Saio em corrida contra o tempo;

Deixo de reparar o sublime.

Tudo passa!

Mantenho-me irredutível,

Acordo descompensado,

O chão já não corre como uma esteira;

O mundo parou!

Subitamente me vejo no tempo,

No tempo errado,

Em um contratempo.

As fotos tomam a vida que talvez nã o tenha vivido em pleno gozo.

O dia passa a ser mais vagaroso.

Nã o vejo a hora de dormir para lembrar do tempo perdido.

Sinto a calma do seu olhar,

Os motivos do seu sorriso.

Tudo me faz lembrar do tempo;

Do tempo em que era feliz e não havia tempo.

Encontro em mim o que perdi em ti.

Cada momento é precioso.

Não se volta no tempo,

Mas ajustamos nossos ponteiros.